LOGUN-EDÉ

Logun-edé


Vaidoso como oxum e astuto como oxossi. Vive no âmago das florestas, em clareiras à beira de rios. Grande caçador , usa ofá (arco e flecha) quando caça, e abebé (leque) em seus momentos de vaidade. Dorme nas profundezas dos rios e banha-se nele para manter a fartura da pesca.Arquétipos:
Inconstantes e indecisos, refletem o caráter dualístico da divindade.
Encontram dificuldade em situações onde é preciso se definir. Por isso, além de carinhosos, amorosos e sensuais, são alternadamente, frios e calculistas. Bonitos, orgulhosos e vaidosos; são ao mesmo tempo
Reservados e um pouco calados. Ciumentos e um tanto solitários e discretos ; são ao mesmo tempo pessoas atraentes e sedutoras.Lendas:
Um dia oxum ipondá conheceu o caçador erinlé
E por ele se apaixonou perdidamente.
Mas erinlé não quis saber de oxum.
Oxum não desistiu e procurou um babalaô.
Ele disse que erinlé só se sintia atraído
Pelas mulheres da floresta, nunca pelos do rio.
Oxum pagou o babalaô e arquitetou um plano:
Embebeu seu corpo em mel e rolou pelo chão da mata.
Agora sim, disfarçada de mulher da mata,
Procurou de novo seu amor.
Erinlé se apaixonou por ela no momento em que a viu.
Um, esquecendo-se das palavras do adivinho,
Ipondá convidou erinlé para um banho no rio.
Mas as águas lavaram o mel de seu corpo
E as folhas do disfarce se desprenderam.
Erinlé percebeu imediatamente como tinha sido enganado
E abandonou oxum para sempre.
Foi-se embora sem olhar para trás.
Oxum estava grávida; deu à luz logun-edé.
Logun edé é a metade oxum, a metade rio,
E é metade erinlé, a metade mato.
Suas metades nunca podem se encontrar
E ele habita num tempo o rio e noutro tempo habita o mato.
Com o ofá, arco e flecha que herdou do pai, ele caça.
No abebé, espelho que recebeu da mãe, ele se admira.